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Carro em ponto morto: como funciona, alternativas e o que diz a lei

ponto morto
Publicado em 
14
 de 
April
de
2024
Tempo de leitura 
4
 minutos

Andar em ponto morto ou na famosa “banguela” é uma prática muito comum entre os motoristas, e pode parecer uma forma de economizar combustível e evitar o desgaste do sistema de freios.

A verdade é que a prática é proibida por lei, pode contribuir para o desgaste prematuro de diversos componentes do seu carro e ainda colocar a sua vida em risco. 

Vem com a gente entender como funciona o ponto morto, quais são as alternativas e o que diz a lei sobre a prática: 

O que é colocar o carro em ponto morto?

Em termos simples, colocar o carro em ponto morto significa desligar a ligação entre o motor e as rodas. Na prática, o carro continua em movimento, mas sem a força do motor impulsionando-o.

No câmbio manual, o ponto morto é acionado pela alavanca movida entre as marchas. Na posição "N" (neutro), o motor não transmite energia às rodas. 

Já no câmbio automático, a posição "N" indica o ponto morto, onde o motor também não influencia as rodas.

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Como o ponto neutro ou morto funciona?

Como já falamos por aqui, o ponto neutro, também conhecido como ponto morto, é uma posição do câmbio que desconecta o motor das rodas. 

E, para entender melhor como o ponto neutro funciona, vamos entender os diferentes tipos de câmbio: 

No câmbio manual, você tem a alavanca que se move entre as diferentes posições, cada uma correspondendo a uma marcha. 

Nesse modelo, a posição do ponto morto está localizada no centro da alavanca, entre as marchas ré e primeira, por isso, para colocar o carro em ponto neutro, basta mover a alavanca para o centro, na posição “N”. 

Já no câmbio automático, você tem um seletor que permite escolher entre as marchas, inclusive o ponto morto. Nesse caso, a posição do ponto neutro é indicada pela letra "N" no seletor e basta mover o câmbio até o N para deixar o carro em ponto morto. 

Em ambos os tipos de câmbio, quando você está em ponto morto, o motor não transmite força para as rodas, permitindo que elas girem livremente, sem serem impulsionadas pelo motor. 

Além disso, o motor continua funcionando e consumindo combustível mesmo com o carro parado. 

No entanto, a frenagem é menos eficiente, já que o freio motor, que utiliza a força do motor para ajudar a frear o carro, não estará disponível. Inclusive, essa prática de dirigir em ponto neutro é perigosa, podendo causar acidentes e também penalidades. 

O carro em ponto morto economiza combustível?

Mito! Andar em ponto morto pode até aumentar o consumo de combustível, já que quando o carro está engatado, o motor utiliza o freio motor para ajudar a frear o veículo, reduzindo a necessidade de usar os freios de serviço. 

Já em ponto morto, o motor não oferece essa ajuda, o que exige mais uso dos freios e, consequentemente, mais consumo de combustível.

Além disso, o controle do consumo de combustível é principalmente regulado pelo sistema de injeção eletrônica e não pela posição da transmissão. 

Por isso, o fato de o carro estar em ponto morto não afeta o consumo de combustível. Inclusive, em algumas situações como ao descer uma ladeira em ponto morto, o motor pode até mesmo consumir mais combustível para manter a marcha lenta do que se estivesse engatado em uma marcha adequada.

O que acontece se andar com o carro no ponto morto?

Dirigir em ponto morto é uma prática utilizada por muitos motoristas, porém que pode trazer grandes riscos ao seu carro e a sua segurança. Confira o que pode acontecer com essa prática: 

Perda de controle do veículo

Quando você anda em ponto morto, a capacidade de controlar o veículo diminui, afinal, não há conexão do motor com as rodas. 

Sem a transmissão engatada, a resposta do carro às suas ações fica comprometida, tornando-o menos responsivo aos seus comandos de direção.

Dificuldade em frear

A dificuldade de frear é uma das causas graves de dirigir com o carro em ponto morto, sendo um risco para colisões. 

Com a transmissão desengatada, o motor não está conectado às rodas, o que significa que você está dependendo exclusivamente dos freios para desacelerar. 

E nesse caso, o tempo de resposta do carro fica mais lento e a distância de frenagem aumenta.

Maior tempo de resposta do freio

Sem a transmissão engatada, o tempo necessário para os freios responderem aos seus comandos é prolongado. 

Em casos de emergência ou de uma frenagem inesperada onde cada segundo conta, o atraso dos correios pode fazer com que você sofra uma colisão ou outros acidentes. 

Menor aderência dos pneus ao solo

Em ponto morto, as rodas giram livremente, sem a resistência do motor, além disso, o peso do veículo é afetado com a prática. 

E a rotação livre das rodas livre pode aumentar o risco de derrapagem, principalmente em estradas molhadas após a chuva ou ruas escorregadias.

Risco de derrapagem em curvas

Com uma aderência reduzida dos pneus ao solo, o carro em ponto morto está mais propenso a derrapar nas curvas. Essa falta de tração faz com que você perca o controle do carro, podendo causar acidentes. 

Superaquecimento dos freios

Sem o freio motor ativo devido ao uso do ponto morto, você depende mais do freio de pé para controlar a velocidade do veículo, resultando em atrito intenso e contínuo nos freios.

Essa opção pode causar superaquecimento e danos aos componentes do sistema de freios, por isso, o ideal é utilizar o freio corretamente, evitando a perda dos freios e até a falha do sistema. 

Desgaste prematuro do sistema de freios

O uso excessivo dos freios ao dirigir em ponto morto faz com que as pastilhas, discos e outros componentes do sistema de freios tenham um desgaste prematuro. 

Essa prática de dirigir no ponto morto, além de comprometer a sua segurança, faz com que você precise desembolsar mais dinheiro e fazer manutenções antes do esperado nos componentes do freio. 

Danos à transmissão

Quando o carro está em ponto morto, a transmissão não está engatada, ou seja, os componentes como o eixo de transmissão, estão girando livremente sem qualquer carga ou resistência.

Por isso, dirigir em ponto morto, por um longo período de tempo ou em descidas longas pode sobrecarregar os componentes da transmissão, causando seu desgaste prematuro e manutenções antes do previsto. 

Multa por dirigir em ponto morto em locais proibidos

O Código de Trânsito Brasileiro, em seu  artigo 231, inciso IX proíbe a circulação de veículos com o motor desligado ou desengrenado em declives.

Nesse caso, a infração é de natureza média, com multa de R$ 130,16 e acréscimo de 4 pontos na CNH. 

Andar em ponto neutro pode causar acidentes?

Andar em ponto morto, na famosa “banguela” aumenta o risco de acidentes, risco de morte e desgaste de diversos componentes do seu carro. 

Sem a força do motor para ajudar a frear, o carro fica mais difícil de controlar, principalmente nas descidas, sendo uma das principais causas de acidentes. 

A dificuldade em frear também é maior, já que o tempo de resposta do freio aumenta em ponto neutro, pois o sistema precisa compensar a falta do freio motor. 

Além disso, o aumento do tempo de reação é preocupante, já que ao dirigir em ponto morto, você precisa tirar o pé do acelerador, colocar na embreagem e engatar a marcha para frear. Esse processo leva tempo e pode ser fundamental em situações de emergência.

É válido mencionar também que sem a força do motor, o peso do carro é transferido para as rodas dianteiras, reduzindo a aderência dos pneus traseiros ao solo. 

O que diz a legislação sobre o uso do ponto morto?

O Código de Trânsito Brasileiro proíbe a circulação de veículos com o motor desligado ou desengrenado em descidas. 

 A infração é considerada média e pode resultar em multa de R$ 130,16, quatro pontos na Carteira Nacional de Habilitação e retenção do veículo. 

Vale lembrar que essa proibição é para todos os veículos, inclusive as motocicletas e caminhões. 

Quais as alternativas ao uso do ponto morto?

Agora que você já sabe que dirigir em ponto morto pode colocar a sua segurança em risco, ocasionar multa e manutenções no seu carro, é hora de pensar em alguma alternativas para evitar essa prática. 

Manter o carro engatado

Ao parar seu carro, uma alternativa — e o que deveria ser feito pelos motoristas — é manter o carro engatado, tanto em marcha à frente quanto à ré.

Assim você garante que seu carro estará pronto para se movimentar imediatamente, se necessário, garantindo maior controle em caso de emergência ou de uma frenagem inesperada. 

Além disso, utilizando o freio-motor, o carro está engrenado e usa a relação de marchas para controlar a velocidade do veículo, garantindo maior controle para a condução. 

Desligar o motor

Outra boa alternativa é desligar o motor caso fique parado por muito tempo, principalmente em um congestionamento e, nesse caso, você pode até economizar combustível. 

Vale ressaltar que os carros com sistema start-stop automático fazem esse processo automaticamente, contribuindo para a economia de combustível e uma direção segura. 

Reduzir a marcha

Outra alternativa é reduzir a marcha, passando para uma marcha mais baixa, como primeira ou segunda, ao se aproximar de um semáforo ou de uma fila de trânsito.

A troca de marcha permite que você mantenha o carro em movimento sem a necessidade de utilizar o ponto morto, além de facilitar a retomada da velocidade quando o tráfego fluir novamente.

Engatar uma marcha mais baixa

Engatar uma marcha mais baixa, como primeira ou segunda, também pode ser uma opção para evitar o uso do ponto morto. 

Quando você reduz para uma marcha mais baixa, o motor tem mais resistência para superar a gravidade ao descer uma ladeira, ajudando a controlar a velocidade do carro sem a necessidade de utilizar o ponto morto. 

A marcha mais baixa auxilia também com uma resposta mais rápida do motor em caso de necessidade de aceleração repentina, além de ajudar a manter o controle do veículo em descidas íngremes.

Porém, é válido lembrar de não forçar o motor além de sua capacidade e engatar a marcha de forma gradual para evitar danos ao sistema de transmissão.

Avançar lentamente com o uso da embreagem

No dia a dia existem algumas situações que precisamos avançar lentamente, como no trânsito pesado das grandes cidades, ou ao manobrar em espaços apertados. E nesses casos, é possível utilizar o pedal da embreagem para controlar a velocidade do veículo. 

Essa alternativa permite que você controle a velocidade do seu carro mantendo a embreagem parcialmente engatada para evitar o bloqueio das rodas e a perda de tração, assim, você tem mais controle do seu carro. 

Utilizar o sistema start-stop

Se o seu carro tem o sistema start-stop, uma alternativa pode ser ativá-lo e evitar o uso constante do ponto morto. 

O sistema start-stop é uma tecnologia que desliga o motor do carro automaticamente quando ele está parado e o religa quando o motorista deseja movimentar o veículo.

E essa é uma ótima alternativa para diminuir a emissão de poluentes e também economizar combustível 

Utilizar o cruise control adaptativo

O cruise control adaptativo é outra opção que pode substituir o uso do ponto morto no trânsito. 

Esse sistema ajusta automaticamente a velocidade do seu carro para manter uma distância segura do veículo à frente.

A função é uma ótima opção para o dia a dia nas cidades e também em viagens longas, sem a necessidade de ajustes manuais para ajudar a prevenir colisão traseira. 

Mas vale lembrar que mesmo com a tecnologia a nosso favor, é fundamental manter a atenção no trânsito e evitar distrações.

Conclusão

Agora que você já sabe como funciona o ponto morto e quais são as alternativas para a prática, é hora de pensar em um seguro auto. 

Por isso, contar com um seguro auto como o da Justos é ter a certeza de que está protegido em qualquer situação no trânsito. 

Nosso seguro tem uma proposta diferente para motoristas responsáveis e que se preocupam em fazer do trânsito um lugar mais seguro. Afinal, é justo recompensar quem dirige de forma consciente, concorda?

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